What's Up?
Pra falar sobre qualquer coisa relacionada a Elza, precisamos ser superlativos. Porque Elza é superlativa. Qualquer elogio à ela ainda será pouco pro tanto que ela trouxe, traz e trará para a música e a cultura brasileira.
A cada trabalho ela se reinventa e traz luz a assuntos da nossa atualidade. Elza ferve a sociedade através de sua voz potente e através de suas escolhas que sempre me surpreendem.
E não é diferente nesse trabalho.
A primeira pergunta que me fiz foi: Por que “Planeta Fome”?
Uma história que Elza sempre conta, que biógrafos e historiadores sempre trazem à tona como representação do primeiro momento de posicionamento dela diante do público.
Por que voltar a essa história agora como título do disco?
Comecei a ouvir com essa pergunta e já na primeira faixa recebi uma pista.
A sua fome de reinvenção permanece lá.
A sua fome de manter-se relevante continua lá, cantando todas as suas indignações, fazendo com que sua música seja um eterno grito com a voz rouca que vai nos encantando, dizendo ao Brasil: “Tome mais, eu tenho sempre mais pra te dar”.
Depois de “Deus é Mulher”, a grande pergunta é: Como Elza vai fazer um trabalho que tenha um impacto tão grande? E esse tem.
Ela canta o hoje, as indignação do hoje.
Ela subverte a lógica de que existe um caminho seguro para o artista. Mais uma vez ela se reinventa. Elza dialoga com a música de hoje e ao mesmo tempo, mantém toda a potência de sua história.
Na segunda música, eu já estava sem fôlego.
E cada participação é uma escolha consciente sobre quem ela quer andar de mãos dadas, Virgínia Rodrigues, Russo Passapusso e seus versos desconcertantes, Rafael Mike que compôs e canta com Elza uma música que revisita a sua obra e traz um novo sentido pra dita “ carne mais barata" e ainda tem B negão, orquestra Rumpilez e Pedro Loureiro que mostram que Elza sabe o que faz.
Entre agogôs e guitarras, Elza vai cantando tudo o que deseja e tudo o que tem fome.
Fome de amor, de justiça, de força.
E assim ela faz mais uma obra prima sobre o hoje, que tem sido sua grande meta conquistada com maestria.
E dessa forma o álbum segue inteiro, deixando a gente sem surpreso a cada faixa que em conjunto completam uma viagem sobre o Brasil de hoje ou talvez de ontem e que ela canta para que tenhamos um outro amanhã.
Um disco pra ser escutado e ré escutado. Dona Elza canta e agente escuta.
Não disse que era impossível não ser superlativo?
Só faltou dizer algo que já é evidente: corajosa e inspiradora.
- Lázaro Ramos
Life & Work
Bio:
A grande diva da MPB, a carioca Elza Soares, nascida e criada em uma favela, filha de lavadeira, casou-se aos 12 anos e aos 13 já era mãe. Por essa época participou do programa do Ary Barroso e ganhou a nota máxima.
No final da década de 50 foi em turnê com Mercedes Batista para Argentina, onde passou um ano.
Seu primeiro sucesso veio com o compacto “Se Acaso Você Chegasse” (Lupicínio Rodrigues), onde introduziram um scat a lá Louis Armstrong, injetando uma jazzficação no samba divergente da bossa nova.
Em seguida mudou-se para São Paulo, onde passou a se apresentar em diversas casas de espetáculos, fazendo sucesso com sua voz rouca e marcante.
Depois de gravar seu segundo disco, “Bossa Negra”, viajou para o Chile em 1962 como representante do Brasil na copa do mundo. Foi então que conheceu o jogador Mané Garrincha, seu segundo marido.
Com seu estilo despachado, exagerado, conquistou platéias no Brasil e no mundo, passando temporadas nos EUA e Europa.
Considerada uma eterna vanguardista, Elza Soares tem o dom de inovar tudo que canta. Ousada, atemporal, ela sempre abriu espaço para diversas tendências artísticas.
Admirada por artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Lobão, Cazuza entre outros, Elza se encontra em um momento muito especial da sua carreira, pois está envolvida em um belíssimo projeto denominado "A Mulher do Fim do Mundo", sob produção musical de Guilherme Kastrup, que uniu a cena musical da vanguarda paulista à voz da cantora.
Enfim, Elza Soares continua com agenda cheia, e com uma vitalidade sobrenatural para seguir com sua respeitada carreira.
The Recôncavo is an almost invisible center-of-gravity. Circumscribing the Bay of All Saints, this region was landing for more enslaved human beings than any other such throughout all of human history. Not unrelated, it is also birthplace of some of the most physically & spiritually uplifting music ever made. —Sparrow
"Dear Sparrow: I am thrilled to receive your email! Thank you for including me in this wonderful matrix."
—Susan Rogers: Personal recording engineer for Prince, inc. "Purple Rain", "Sign o' the Times", "Around the World in a Day"... Director of the Berklee Music Perception and Cognition Laboratory
I'm Pardal here in Brazil (that's "Sparrow" in English). The deep roots of this project are in Manhattan, where Allen Klein (managed the Beatles and The Rolling Stones) called me about royalties for the estate of Sam Cooke... where Jerry Ragovoy (co-wrote Time is On My Side, sung by the Stones; Piece of My Heart, Janis Joplin of course; and Pata Pata, sung by the great Miriam Makeba) called me looking for unpaid royalties... where I did contract and licensing for Carlinhos Brown's participation on Bahia Black with Wayne Shorter and Herbie Hancock...
...where I rescued unpaid royalties for Aretha Franklin (from Atlantic Records), Barbra Streisand (from CBS Records), Led Zeppelin, Mongo Santamaria, Gilberto Gil, Astrud Gilberto, Airto Moreira, Jim Hall, Wah Wah Watson (Melvin Ragin), Ray Barretto, Philip Glass, Clement "Sir Coxsone" Dodd for his interest in Bob Marley compositions, Cat Stevens/Yusuf Islam and others...
...where I worked with Earl "Speedo" Carroll of the Cadillacs (who went from doo-wopping as a kid on Harlem streetcorners to top of the charts to working as a janitor at P.S. 87 in Manhattan without ever losing what it was that made him special in the first place), and with Jake and Zeke Carey of The Flamingos (I Only Have Eyes for You)... stuff like that.
Yeah this is Bob's first record contract, made with Clement "Sir Coxsone" Dodd of Studio One and co-signed by his aunt because he was under 21. I took it to Black Rock to argue with CBS' lawyers about the royalties they didn't want to pay. They paid.
MATRIX MUSICAL
The Matrix was built below among some of the world's most powerfully moving music, some of it made by people barely known beyond village borders. Or in the case of Sodré, his anthem A MASSA — a paean to Brazil's poor ("our pain is the pain of a timid boy, a calf stepped on...") — having blasted from every radio between the Amazon and Brazil's industrial south, before he was silenced. (that's me left, with David Dye & Kim Junod for U.S. National Public Radio) ... The Matrix started with Sodré, with João do Boi, with Roberto Mendes, with Bule Bule, with Roque Ferreira... music rooted in the sugarcane plantations of Bahia. Hence our logo (a cane cutter).