CURATION
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Network Node
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Name:
Emicida
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City/Place:
São Paulo
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Country:
Brazil
Life & Work
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Bio:
De antemão, uma advertência. Esta biografia é a forma de compartilhar algumas reflexões sobre o lugar que o Emicida ocupa em nossos corações e mentes e, sobretudo, seu lugar no Brasil – ainda que ele teime em superar as fronteiras, e isso desde que se apresentou no festival Coachella, nos Estados Unidos, quase 10 anos atrás. Se fazer relevante por uma década inteira não é tarefa fácil – puxem da memória quantos artistas se mantiveram relevantes por tanto tempo assim no país. Para um release afiado de datas e informações históricas precisas, dirijam-se à página dele na Wikipedia. Considero meio sem precedentes um MC que, mesmo quando a miséria ainda era uma sombra ao alcance de seus calcanhares, resolveu apostar tão alto, em um triunfo que podia ser arrancar um sorriso da coroa, mas também derrubar as traves desse jogo chamado hip hop, e por extensão, desestabilizar toda a música pop no qual o rap se insere. Emicida redefiniu o lugar de um artista preto na indústria cultural com a mesma intensidade que os Racionais fizeram duas décadas antes, e com a novidade de estabelecer uma consolidada marca de vestuário, entretenimento e agenciamento de artistas, a Laboratório Fantasma. O Leandro, a quem acostumamos a chamar de Emicida, já era um milionário do sonho muito antes de tornar essa expressão num conceito que perpassa todo seu primeiro álbum, O glorioso retorno de quem nunca esteve aqui, no paradigmático ano de 2013.
Senhor de sua carreira em todos os detalhes, se sua carreira fosse uma história da Marvel, pique Pantera Negra, teria dois arcos completos: o “Arco do Triunfo”, representado por suas mixtapes e EPs, de produção cheia de cálculo e maneirismos, sem se emocionar (como ele gostava de frisar), lidando com desafetos e com desafios de um jovem negro em um estado racista, e o arco das “Grandes Descobertas”, onde cada um de seus três álbuns solo de estúdio marcam aventuras líricas e sonoras muito distintas que desbravam continentes pouco explorados da alma brasileira, já podendo se dar ao luxo de se emocionar na mesma medida que seus ouvintes se emocionam com seus cânticos negros. O Arco do Triunfo se inicia em 2008, com o lançamento do single “Triunfo”. É a história de um jovem negro se afirmando sem medo de se passar por arrogante ou despropositado. Os grandes poderes (no caso, um talento sem paralelos para batalhas de freestyle) trouxeram grandes responsabilidades (criar um espaço para sua carreira como artista), e ele não deixou nenhum tio Ben abatido no decorrer dessa operação, ao contrário: juntou os seus, esboçou planos inspirados na Arte da Guerra e fez com que a rua fosse “nóis”, a fórceps. O homem duro do gueto, aquele louco que não pode errar, não só não errou como acertou reiteradas vezes, criando novamente um espaço na indústria cultural para o hip hop, que estava um tanto escanteado. Não foi o único nessa luta, mas este soldado sem bandeira teve papel proeminente e os fatos não nos permitem discordar.
Em suas mixtapes, apresentou ao mundo um talento exuberante que ia muito além de suas qualificações de rimador de improviso, refletindo sobre questões pessoais, botando marra pra cima de adversários (seguindo a risca a cartilha mundial dos grandes MCs), fez hinos que recuperavam a autoestima um tanto opaca dos seus e ainda teve, prova de seu talento, a manha de escolher produtores únicos que buscavam um lugar ao sol no período, botando um monte de novos nomes no jogo. Teve tempo de lançar singles marcantes, dois EPs fantásticos (sendo um produzido pelos produtores estadunidenses Beatnik e K-Salaam) e mostrou ainda que tinha um talento para composições românticas de dar inveja aos mestres Sullivan & Massadas! Nesse período, sua mística começava a ser estabelecida e, definitivamente, sua participação no programa do Jô Soares e um antológico show de lançamento da mixtape Emicídio consolidavam seu novo lugar na música brasileira. Quem duvida, dá uma busca rápida na internet. E aproveita e assiste sua histórica live de mais de 8 horas onde revisitou, pra delírio dos fãs de primeira hora, todo o repertório desse período, marcado por pequenas pérolas que ainda são muito pedidas em seus shows. Relembrar essa época é imediatamente pensar em um filme! Mas esse “filme” é só o começo de uma franquia... E aí chega o arco das “Grandes descobertas”. Emicida é um cara dos discos, da cultura dos vinis. Sua chegada a um álbum cheio não era mais um mero passo; marcava a entrada do jovem na vida adulta, seja metaforicamente, seja de fato. A ocasião pediu pompa e circunstância. Já na capa de O glorioso retorno de quem nunca esteve aqui (título que carrega uma dose de ironia sobre o próprio espaço que o artista tinha conquistado até então), Emicida surgia com um terno de corte preciso, feito pelo estilista João Pimenta, deixando pra trás a fase, por exemplo, do clipe de “Então Toma”, no qual surgia com um terno não tão bem alinhado.
A mudança também marca uma mudança de tom e de temática. Parecia que o artista estava guardando algumas cartas para o momento certo do jogo. Uma música com a densidade de “Crisântemo”, por exemplo, era impensável na fase das mixtapes. A gravidade dessa faixa se impõe ainda hoje, após repetidas audições. Aqui, a parceria de sucesso de “Triunfo”, com o produtor Felipe Vassão, se estendeu pra todo um álbum. O disco, ainda que tenha pontos de inflexão em “Crisântemo” ou “Hoje Cedo” (um hit nacional de ampla repercussão), afirmava que era “preciso não ter medo, é preciso ser maior”. E foi muito maior! Com esse álbum venceu seu primeiro Prêmio APCA , bradou que era o “MST das redes sociais, a reforma agrária da música brasileira” e, no processo, firmou um pacto com seus fãs: a “música como religião”. Em 2013, as bases do pacto nacional estremeceram após as “Jornadas de Junho” e, a partir dali, o país entrou em um pesadelo do qual não saímos. O disco marca uma história a contrapelo, nesse sentido: reafirma a esperança que vicejava no país nos pouco mais de 10 anos anteriores. 2013 viu surgir também o DVD Criolo e Emicida - Ao Vivo, consolidação da estrondosa roubada de brisa que foi a chegada desses dois artistas, e firmando linhagem tanto no rap (com participações de Rael e Mano Brown), e com a nova música brasileira, trazendo ao palco Juçara Marçal e Rodrigo Campos. 2015, pra mim, é o ano no qual Emicida fica do tamanho que tem hoje no imaginário coletivo brasileiro. É quando apresenta ao mundo um disco muito mais ensolarado do que o anterior, Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa... Assim como Djavan e Martinho da Vila, por exemplo, haviam realizado no passado, nosso herói foi até a África pra reafirmar com muita vivacidade, prazer: a África é aqui também. Muitos MCs já tinham mirado na herança africana, mas Emicida foi vanguardista ao ir, em primeira pessoa, beber de nossas heranças negras e fazer com que ancestralidade, mais do que tema, fosse todo uma atmosfera que emana desse trabalho. Com o país vivendo em tempo real o golpe de Estado da presidenta Dilma Rousseff, surgia o paradoxo com o qual nos acostumamos: “na era da informação, a burrice dando as cartas”. Assim, esse disco é medicina e acolhida. Se o “povo tá doente”, ele mandava “a rima que sara”, e se “o ódio burro é moda hoje em dia”, ele vinha “pra ser o amor inteligente”.
Mas o álbum mais solar, sem sombras de dúvidas, é AmarElo, de 2019 (nos quatro anos entre o antecessor e este, lançou ainda Língua Franca e 10 Anos de Triunfo - Ao Vivo). É também o mais político, no sentido de buscar intervir diretamente na nossa vida social, cada vez mais insular, agressiva. Não é despropositado que busque logo em Belchior o diálogo, nesse sentido. É o seu trabalho mais popular, falando do coração para o coração de todos nós. É um diálogo irrestrito, com todas as fés, todas as raças, todas as gentes, visando a tranquilidade onde impera águas turvas: “O cheiro doce da arruda Penso em Buda calmo Tenso, busco uma ajuda, às vezes me vem o Salmo Tira a visão que iluda, é tipo um oftalmo” Algo importante a se dizer é: sem a menor sombra de dúvida, Emicida, sobretudo com seus três álbuns, é o artista que melhor e mais discute a questão racial no país, esmiuçando e se opondo à necropolítica local. E afirmo sem o menor constrangimento: de todas as faixas que ele realizou sobre o tema, nenhuma é maior e mais profunda do que “Eminência parda”. Mas o que eu acho particularmente tocante em AmarElo é a celebração da potência dos encontros, do que é único em nossas relações interpessoais, dos atravessamentos que o encontro com o outro proporciona. “Tudo, tudo, tudo que nós tem é nós”. É um álbum tão politizado quanto espiritualizado, prenhe de amor e respeito. Arriscar sobre um possível rumo para a carreira de Emicida após AmarElo é das tarefas mais inglórias possíveis. Isto porque o que será de sua obra, será tanto fruto das circunstâncias sócio-políticas do país quanto fruto de sua visão vanguardista sobre o que cabe a um MC no século 21. O futuro não está escrito, mas com certeza terá um toque sempre pertinente e indelével desse artista, presente como poucos estiveram, nos momentos bons e ruins que vivemos nestes últimos 10 anos.
Clips (more may be added)
The Integrated Global Creative Economy, uncoiling from this sprawling Indigenous, African, Sephardic and then Ashkenazic, Arabic, European, Asian cultural matrix.
The mathematics of the small world phenomenon transforming the creative universe into a creative village wherein all are connected by short pathways to all.
In a small world great things are possible.
"Thanks, this is a brilliant idea!!"
—Alicia Svigals (NEW YORK CITY): Apotheosis of klezmer violinists
"Dear Sparrow: I am thrilled to receive your email! Thank you for including me in this wonderful matrix."
—Susan Rogers (BOSTON): Director of the Berklee Music Perception and Cognition Laboratory ... Former personal recording engineer for Prince; "Purple Rain", "Sign o' the Times", "Around the World in a Day"
"Dear Sparrow, Many thanks for this – I am touched!"
—Julian Lloyd Webber (LONDON): Premier cellist in UK; brother of Andrew (Evita, Jesus Christ Superstar, Cats, Phantom of the Opera...)
"This is super impressive work ! Congratulations ! Thanks for including me :)))"
—Clarice Assad (RIO DE JANEIRO/CHICAGO): Pianist and composer with works performed by Yo Yo Ma and orchestras around the world
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Salvador is our base. If you plan to visit Bahia, there are some things you should probably know and you should first visit:
www.salvadorbahiabrazil.com
Conceived under a Spiritus Mundi ranging from the quilombos and senzalas of Cachoeira and Santo Amaro to Havana and the provinces of Cuba to the wards of New Orleans to the South Side of Chicago to the sidewalks of Harlem to the townships of South Africa to the villages of Ireland to the Roma camps of France and Belgium to the Vienna of Beethoven to the shtetls of Eastern Europe...*
Sodré
*...in conversation with Raymundo Sodré, who summed up the irony in this sequence by opining for the ages: "Where there's misery, there's music!" Hence A Massa, anthem for the trod-upon folk of Brazil, which blasted from every radio between the Amazon and Brazil's industrial south until Sodré was silenced, threatened with death and forced into exile...
And hence a platform whereupon all creators tend to accessible proximity to all other creators, irrespective of degree of fame, location, or the censor.
Matrix Ground Zero is the Recôncavo, bewitching and bewitched, contouring the resplendent Bay of All Saints (end of clip below, before credits), absolute center of terrestrial gravity for the disembarkation of enslaved human beings (and for the sublimity these people created), the bay presided over by Brazil's ineffable Black Rome (seat of the Integrated Global Creative Economy* and where Bule Bule is seated below, around the corner from where we built this matrix as an extension of our record shop).
Assis Valente's (of Santo Amaro, Bahia) "Brasil Pandeiro" filmed by Betão Aguiar
Betão Aguiar
("Black Rome" is an appellation per Caetano, via Mãe Aninha of Ilê Axé Opô Afonjá.)
*Darius Mans holds a Ph.D. in Economics from MIT, and lives between Washington D.C. and Salvador da Bahia.
Between 2000 and 2004 he served as the World Bank’s Country Director for Mozambique and Angola. In that capacity, Darius led a team which generated $150 million in annual lending to Mozambique, including support for public private partnerships in infrastructure which catalyzed over $1 billion in private investment.
Darius was an economist with the Board of Governors of the Federal Reserve System, where he worked closely with the U.S. Treasury and the IMF to establish a framework to avoid debt repudiation and to restructure private commercial debt in Brazil and Chile.
He taught Economics at the University of Maryland and was a consultant to KPMG on infrastructure projects in Latin America.
Replete with Brazilian greatness, but we listened to Miles Davis and Jimmy Cliff in there too; visitors are David Dye & Kim Junod for NPR/WXPN
I'm Pardal here in Brazil (that's "Sparrow" in English). The deep roots of this project are in Manhattan, where Allen Klein (managed the Beatles and The Rolling Stones) called me about royalties for the estate of Sam Cooke... where Jerry Ragovoy (co-wrote Time is On My Side, sung by the Stones; Piece of My Heart, Janis Joplin of course; and Pata Pata, sung by the great Miriam Makeba) called me looking for unpaid royalties... where I did contract and licensing for Carlinhos Brown's participation on Bahia Black with Wayne Shorter and Herbie Hancock...
...where I rescued unpaid royalties for Aretha Franklin (from Atlantic Records), Barbra Streisand (from CBS Records), Led Zeppelin, Mongo Santamaria, Gilberto Gil, Astrud Gilberto, Airto Moreira, Jim Hall, Wah Wah Watson (Melvin Ragin), Ray Barretto, Philip Glass, Clement "Sir Coxsone" Dodd for his interest in Bob Marley compositions, Cat Stevens/Yusuf Islam and others...
...where I worked with Earl "Speedo" Carroll of the Cadillacs (who went from doo-wopping as a kid on Harlem streetcorners to top of the charts to working as a janitor at P.S. 87 in Manhattan without ever losing what it was that made him special in the first place), and with Jake and Zeke Carey of The Flamingos (I Only Have Eyes for You)... stuff like that.
Yeah this is Bob's first record contract, made with Clement "Sir Coxsone" Dodd of Studio One and co-signed by his aunt because he was under 21. I took it to Black Rock to argue with CBS' lawyers about the royalties they didn't want to pay (they paid).
Matrix founding creators are behind "one of 10 of the best (radios) around the world", per The Guardian.
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