A cantora baiana Gloria Bomfim lança pela Acari Records novo CD com 13 músicas inéditas de Paulo Cesar Pinheiro, a ela confiadas pelo próprio autor.
Após o sucesso do seu primeiro álbum Santo e Orixá (Acari Records), relançado por Maria Bethânia com o título de Anel de Aço (Quintanda/Biscoito Fino) – com 14 músicas inéditas de Paulo Cesar Pinheiro – a cantora baiana Gloria Bomfim presenteia o seu público fiel e crescente com o novo CD Chão de Terreiro (Acari Records).
As 13 músicas inéditas desse novo trabalho seguem o perfil do anterior, homenageando temas da cultura afro-brasileira. São cantigas de santo, sambas, samba-de-roda e toadas, arranjados pelo violonista Rafael Mallmith com acompanhamento de músicos jovens da maior qualidade, com participaçao especial de Luciana Rabello em duas faixas. As obras de Paulo Cesar Pinheiro encontram na voz única e personalíssima da cantora, numa interpretação forte, sensível e especialmente empoderada. Afinal, Gloria nasceu e foi criada nos terreiros de santo da Bahia.
Life & Work
Bio:
A cantora Glória Bonfim é uma das mais expressivas e autênticas vozes que conheço. Seu canto primitivo, forte, verdadeiro, despretensioso e absolutamente intuitivo é um diamante bruto que representa, de forma emocionada, a cultura dos terreiros de candomblé, trazida pelos negros africanos e mantida aqui pelos mestiços brasileiros. Resolvi registrar o que ouvi, cumprindo tanto quanto possível o papel de repórter, interferindo minimamente e apenas quando necessário. O repertório inédito foi recolhido da obra de Paulo César Pinheiro, compositor preferido da cantora, que a ela o entregou como um presente. Todas as músicas abordam temas ligados ao candomblé, e muitas têm a forma de cantigas de santo, utilizadas em rituais. Reuni alguns dos amigos que mais gosto, músicos que entendem e respeitam essa linguagem e que já admiravam a Glória das rodas na minha casa. Todos acertaram em cheio. A característica dessas cantigas se iniciarem por uma invocação, puxada pelos babalorixás ou yalorixás e respondida pelo coro das yaôs, foi respeitada por todos, se impondo aqui a qualquer concepção de arranjo. A energia que rolou no estúdio deixou claro que os orixás ficaram satisfeitos e aprovaram nossa homenagem. Axé!
A história dessa baiana é comovente e cinematográfica. Nascida em Areal, um pequeno povoado no interior da Bahia, Glória era requisitada desde muito menina pra cantar nas redondezas, em festas de casamento, batizados etc. Ela conta que muitas vezes foi tirada da cama por seu Tutu, festeiro do lugar, vestindo um camisú (daqueles de cambraia com calçola igual) e levada no balaio de um jegue pra animar essas festas. Não havia rádio e muito menos disco naqueles lugarejos em que a festa dependia dos músicos e cantores da região. Filha de Domingas e Miguel, a pequena intérprete de 8 anos agradava a todos com sua voz potente. De cima de um caixote de madeira, era ouvida de longe, garantindo boa dança e boa festa! Década de 60, o rock chegando às capitais, e o hit da pequena cantora era a valsa Viagem, de João de Aquino e Paulo César Pinheiro. A partir daqueles dias, a menininha começa a sonhar em ser cantora de verdade. Aos quatorze anos veio pro Rio à procura de melhores oportunidades. Exerceu diversas profissões e continuou cantando, nos finais de semana, nas rodas de samba do subúrbio, nas quadras de escolas de samba. Ali conheceu mestre Marçal que, encantado com sua voz, apelidou-a de Baianinha e convidou-a para as rodas da Velha Guarda da Portela.
Glória chegou a ir a algumas, mas em seguida Marçal faleceu e sua vida tomou outro rumo. Logo depois a conheci e, desde a primeira vez que ouvi seu canto, senti o que estava ali. Voz rascante e afinada, com volume impressionante, precisão rítmica admirável. E tinha cultura, ancestralidade. Seu repertório era irretocável. Comecei a reparar também que Paulo César Pinheiro era o compositor mais constante, com diversos parceiros: Mauro Duarte, João Nogueira, Eduardo Gudin e, naturalmente, João de Aquino. Quando decidi produzir esse disco pedi ao Paulinho Pinheiro, que também gosta da voz da Baianinha, músicas que tivessem o candomblé como tema. E o poeta tinha essas pérolas guardadas! O resultado está aí e com grande alegria compartilho com vocês a emoção de ouvir Gloria Bomfim.
The Recôncavo is an almost invisible center-of-gravity. Circumscribing the Bay of All Saints, this region was landing for more enslaved human beings than any other such throughout all of human history. Not unrelated, it is also birthplace of some of the most physically & spiritually uplifting music ever made. —Sparrow
"Dear Sparrow: I am thrilled to receive your email! Thank you for including me in this wonderful matrix."
—Susan Rogers: Personal recording engineer for Prince, inc. "Purple Rain", "Sign o' the Times", "Around the World in a Day"... Director of the Berklee Music Perception and Cognition Laboratory
I'm Pardal here in Brazil (that's "Sparrow" in English). The deep roots of this project are in Manhattan, where Allen Klein (managed the Beatles and The Rolling Stones) called me about royalties for the estate of Sam Cooke... where Jerry Ragovoy (co-wrote Time is On My Side, sung by the Stones; Piece of My Heart, Janis Joplin of course; and Pata Pata, sung by the great Miriam Makeba) called me looking for unpaid royalties... where I did contract and licensing for Carlinhos Brown's participation on Bahia Black with Wayne Shorter and Herbie Hancock...
...where I rescued unpaid royalties for Aretha Franklin (from Atlantic Records), Barbra Streisand (from CBS Records), Led Zeppelin, Mongo Santamaria, Gilberto Gil, Astrud Gilberto, Airto Moreira, Jim Hall, Wah Wah Watson (Melvin Ragin), Ray Barretto, Philip Glass, Clement "Sir Coxsone" Dodd for his interest in Bob Marley compositions, Cat Stevens/Yusuf Islam and others...
...where I worked with Earl "Speedo" Carroll of the Cadillacs (who went from doo-wopping as a kid on Harlem streetcorners to top of the charts to working as a janitor at P.S. 87 in Manhattan without ever losing what it was that made him special in the first place), and with Jake and Zeke Carey of The Flamingos (I Only Have Eyes for You)... stuff like that.
Yeah this is Bob's first record contract, made with Clement "Sir Coxsone" Dodd of Studio One and co-signed by his aunt because he was under 21. I took it to Black Rock to argue with CBS' lawyers about the royalties they didn't want to pay. They paid.
MATRIX MUSICAL
The Matrix was built below among some of the world's most powerfully moving music, some of it made by people barely known beyond village borders. Or in the case of Sodré, his anthem A MASSA — a paean to Brazil's poor ("our pain is the pain of a timid boy, a calf stepped on...") — having blasted from every radio between the Amazon and Brazil's industrial south, before he was silenced. (that's me left, with David Dye & Kim Junod for U.S. National Public Radio) ... The Matrix started with Sodré, with João do Boi, with Roberto Mendes, with Bule Bule, with Roque Ferreira... music rooted in the sugarcane plantations of Bahia. Hence our logo (a cane cutter).