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Carlos Lyra: May 11, 1933 - December 16, 2023
Life & Work
Bio:
Quando Tom Jobim afirma que Carlos Lyra é o grande "conhecedor dos caminhos", o mestre não exagera. Excepcional melodista, Lyra nasceu historicamente junto com a bossa nova. As melodias inspiradas resistem ao tempo, mostrando que o verdadeiro caminho é a independência artística. Lyra e a bossa nova praticamente se confundem, mas o autor de Primavera sempre preservou a sua identidade musical. A primeira música de Lyra a ser gravada em LP - Criticando, registrada em 1956 pelo conjunto Os Cariocas - é uma espécie de precursora da clássica Influência do Jazz e já mostrava que o autor manteria sua autonomia em relação à velha bossa, embora a história o colocasse como um dos líderes naturais do movimento (se é que se pode falar em "movimento").
A identidade de Lyra revelou-se nítida logo no primeiro disco, Carlos Lyra - Bossa Nova, lançado em 1959. Uma tal Maria Ninguém já impunha presença ao lado de clássicos como Quando chegares, Menina e Rapaz de bem (foi Lyra o lançador desta composição de Johny Alf). O universo musical de Lyra já não estava restrito aos deliciosos sal, sol e sul cariocas. Ainda que isso ficasse claro somente na segunda e divergente fase do - vá lá - movimento.
A dicotomia que germinava latente entre os bossa-novistas brota mais fortemente a partir de 1961. Neste ano, Lyra lança seu segundo disco com jóias como Minha Namorada, Você e eu e Coisa mais linda. Mas a cabeça (e o violão) já caminhava em outra direção. No mesmo ano, ele é um dos fundadores do Centro Popular de Cultura, o popular CPC, da UNE (União Nacional dos Estudantes). O laço cada vez mais apertado com o teatro e o cinema (que na época era Novo) politiza a obra de Lyra. E nada aconteceu assim tão de repente. Em 1960, ele já havia composto a trilha da peça A mais valia vai acabar, seu Edgar, de autoria do combativo Oduvaldo Vianna Filho. Sem falar na sua posterior atuação junto à diretoria do Teatro de Arena.
Estava pronto o terreno para que Lyra transformasse a bossa do amor, do sorriso e da flor numa música mais pé no chão, em sintonia com uma realidade que já começava a dar os sinais da inconstância política. Lyra entrou logo para a turma dos dissidentes, dos engajados, desafinando todos os coros formados pelos contentes com a estética cool (e já distante naquele momento) do canto e da poesia de João Gilberto e Cia. O terceiro disco de Lyra, lançado em 1963, já trazia Influência do Jazz e Aruanda. O samba deixava o apartamento de Zona Sul para subir o morro. Na contramão, Zé Keti, João do Vale, Nelson Cavaquinho e Cartola iam para o asfalto (e para o CPC) mostrar que nem tudo eram flores no Brasil de 1963 e 1964. Lyra já sabia disso. A consciente Canção do Subdesenvolvido - composta por ele em 1963, em parceria com Chico de Assis - já explicitava uma ideologia incômoda para setores mais conservadores.
O tempo fechou com o golpe militar de 1964 e a saída, para Lyra, foi o auto-exílio. De 1964 a 1971, Lyra esteve fora do Brasil. No exterior, ele percebeu que os dois universos bossa-novistas não eram tão incompatíveis assim.
Tocou com Stan Getz nos Estados Unidos e gravou dois discos no México. E, no entanto era preciso cantar e tocar também no Brasil. De volta a seu país, Lyra regravou seus próprios clássicos. A massa alienada não se esquecia das lindas melodias bossa-novistas, mas a consciência do compositor gritava mais alto. Depois de três discos lançados sem o mesmo impacto de seus antecessores, o autor de Feio não é bonito radicaliza com o incisivo Herói do medo (Continental, 1974) - disco de letras propositalmente dúbias, que tentavam lembrar que, enquanto a multidão driblava a consciência com os gols da seleção e os lances das novelas de televisão, gente era torturada e morta na luta pela democracia. Mas a pressão era grande.
Resultado: um disco censurado e um segundo auto-exílio. Em 1974, Lyra foi para Los Angeles, retornando dois anos depois para cantar em incessantes "shows", as melodias que todos ainda queriam ouvir. O "revival" parece interminável. Não chegava de saudade. Lançado em 1984, o "show" 25 Anos de Bossa Nova dura cinco anos e resulta no homônimo disco ao vivo, nas lojas em 1987. Preso a uma época áurea, Lyra segue repetidas vezes os caminhos elogiados por Tom Jobim. E esses caminhos são, e sempre serão, trilhas das mais inspiradas da música brasileira.
The Recôncavo is an almost invisible center-of-gravity. Circumscribing the Bay of All Saints, this region was landing for more enslaved human beings than any other such throughout all of human history. Not unrelated, it is also birthplace of some of the most physically & spiritually uplifting music ever made. —Sparrow
"Dear Sparrow: I am thrilled to receive your email! Thank you for including me in this wonderful matrix."
—Susan Rogers: Personal recording engineer for Prince, inc. "Purple Rain", "Sign o' the Times", "Around the World in a Day"... Director of the Berklee Music Perception and Cognition Laboratory
I'm Pardal here in Brazil (that's "Sparrow" in English). The deep roots of this project are in Manhattan, where Allen Klein (managed the Beatles and The Rolling Stones) called me about royalties for the estate of Sam Cooke... where Jerry Ragovoy (co-wrote Time is On My Side, sung by the Stones; Piece of My Heart, Janis Joplin of course; and Pata Pata, sung by the great Miriam Makeba) called me looking for unpaid royalties... where I did contract and licensing for Carlinhos Brown's participation on Bahia Black with Wayne Shorter and Herbie Hancock...
...where I rescued unpaid royalties for Aretha Franklin (from Atlantic Records), Barbra Streisand (from CBS Records), Led Zeppelin, Mongo Santamaria, Gilberto Gil, Astrud Gilberto, Airto Moreira, Jim Hall, Wah Wah Watson (Melvin Ragin), Ray Barretto, Philip Glass, Clement "Sir Coxsone" Dodd for his interest in Bob Marley compositions, Cat Stevens/Yusuf Islam and others...
...where I worked with Earl "Speedo" Carroll of the Cadillacs (who went from doo-wopping as a kid on Harlem streetcorners to top of the charts to working as a janitor at P.S. 87 in Manhattan without ever losing what it was that made him special in the first place), and with Jake and Zeke Carey of The Flamingos (I Only Have Eyes for You)... stuff like that.
Yeah this is Bob's first record contract, made with Clement "Sir Coxsone" Dodd of Studio One and co-signed by his aunt because he was under 21. I took it to Black Rock to argue with CBS' lawyers about the royalties they didn't want to pay. They paid.
MATRIX MUSICAL
The Matrix was built below among some of the world's most powerfully moving music, some of it made by people barely known beyond village borders. Or in the case of Sodré, his anthem A MASSA — a paean to Brazil's poor ("our pain is the pain of a timid boy, a calf stepped on...") — having blasted from every radio between the Amazon and Brazil's industrial south, before he was silenced. (that's me left, with David Dye & Kim Junod for U.S. National Public Radio) ... The Matrix started with Sodré, with João do Boi, with Roberto Mendes, with Bule Bule, with Roque Ferreira... music rooted in the sugarcane plantations of Bahia. Hence our logo (a cane cutter).