Go to → Paulinho do Reco

A Bahia toda canta uma de suas inspiradas criações, mas poucos sabem quem é Paulinho do Reco. Se ter uma música na boca do povo é o grande sonho de um compositor, o sambista do Tororó é um homem realizado: "Negrume da Noite", sua mais célebre composição, feita em parceria com Cuiuba, conquistou o Ilê Aiyê, sendo gravada, posteriormente, pelo bloco afro do Curuzu e por outros grandes nomes da música popular brasileira, como Margareth Menezes, Vânia Abreu, Daniela Mercury, Virgínia Rodrigues e Luiz Carlos da Vila. Muito de sua bossa vem da influência dos cantores que gostava de ouvir quando garoto. Nelson Gonçalves e Jamelão tiveram importância em sua formação musical, mas a sua grande Escola mesmo foi a Filhos do Tororó - na agremiação carnavalesca, conviveu e tomou aulas de samba com Ederaldo Gentil, Walmir Lima, Nelson Rufino e Roque Fumaça, chegando a vencer concursos de "música poesia" por lá. Ainda no bairro em que foi criado e vive até os dias atuais, fundou o Apaches do Tororó, bloco de índio ao qual dedicou muita inspiração poética e melódica. Atuou no grupo “Os Dependentes do Samba”, gravando nos anos 70 o disco “Bahia de Todos os Sambas, e, há mais de 30 anos, integra o conjunto-base que se apresenta no Dia do Samba em Salvador. Além de grande compositor e exímio intérprete, Paulinho é um grande batuqueiro e “faz miséria” com o instrumento que carrega junto ao nome. "Baiano, você toca muito!", disse-lhe certa vez Mussum, outro sambista que foi um ás do reco-reco. De fato, a sua maneira de tocar é muito singular, incorporando, entre outras bases rítmicas, a levada do ijexá na execução do instrumento. “Eu toco batendo, toco batucando”, diz o mestre. Neste vídeo da série “Samba da Bahia, todo mundo canta”, Paulinho do Reco interpreta um samba inédito de sua autoria, “Você me mostrou”. Salve o samba do Tororó! Salve a Bahia!